Com as agendas da saúde tornando-se cada vez mais complexas, a Atenção Primária à Saúde (APS) recebe demandas diversas e crescentes. Acumulam-se cargas de doenças que persistem por quase três séculos enquanto o subfinanciamento do SUS evolui para uma espécie de “desfinanciamento”, além da crise social e econômica e dos sérios problemas de gestão da saúde. Conseguirá o modelo de APS atual atender aos novos desafios? Qual o perfil de profissional mais adequado para conduzir a APS? E quanto ao papel da Atenção Básica no cenário atual? Para tratar desses e outros temas, entrevistamos Maria Guadalupe Medina, pesquisadora do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e integrante desta pesquisa.
Publico-privado: uma parceria sem começo nem fim
Uma das soluções para melhorar o acesso à saúde e torná-lo sustentável para o enfrentamento da inevitável inversão da pirâmide etária populacional brasileira daqui a 30 anos pode ser o incremento das relações público-privada no Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2015, setores da indústria, hospitais, organizações e federações criaram o Instituto Coalizão Saúde (ICOS)
O paciente deve ser sujeito e não objeto do sistema de saúde
O Brasil atravessa simultaneamente dois fenômenos que exigem atenção, planejamento e capacidade de compreensão de gestores, profissionais de saúde e dos pacientes. A chamada transição demográfica nos conduz a uma sociedade mais envelhecida. Já a transição epidemiológica nos leva a um mundo onde as doenças crônicas exigem um modelo e uma intensidade do cuidado que
Solução e riscos
A incorporação tecnológica pode impactar os sistemas de saúde para o bem ou para o mal. Por exemplo, enquanto a inovação tecnológica melhora os serviços de prevenção, diagnósticos, tratamentos e reabilitação, também os tornam mais caros e menos inclusivos. Esse é um dos aspectos tratados nesta entrevista com Hudson Pacífico da Silva, pesquisador convidado da École Nationale d‘Administration Publique (ENAP), no Canadá. “O problema é que o número de novas tecnologias lançadas pela indústria no mercado é crescente, seu ciclo de vida está diminuindo e o ritmo das mudanças está desafiando a capacidade dos gestores de decidir sobre sua incorporação nos serviços de saúde”, diz.
Centralizar ou descentralizar a gestão da saúde?
Qualquer que seja a decisão, sempre haverá os prós e os contras. Esta é a opinião do professor convidado do Departamento de Medicina Geral e Familiar da Faculdade de Ciências Médicas, da Universidade Nova de Lisboa, Luís Pisco (*), que critica a índole política que muitas vezes permeia esse tipo de debate. Na entrevista a
Regionalização deve diminuir desigualdades
A regionalização está avançando no Brasil, mas ainda muito lentamente. É o que afirma a pesquisadora da ENSP/Fiocruz, Ligia Giovanella, em entrevista à Região e Redes. Um desafio importante para acelerar o processo é encontrar uma forma efetiva de cogestão entre estados e municípios. Outro, é colocar os gestores municipais para pensarem juntos, de um modo
Os desafios da governança na regionalização da saúde
Mais que objeto de estudos acadêmicos, o tema Regionalização ganha cada vez mais relevância nas discussões cotidianas sobre futuros avanços para o Sistema Único de Saúde (SUS). Para Luciana Dias de Lima, pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Púbica (ENSP/Fiocruz) e integrante da pesquisa Região e Redes, o planejamento regional atende às necessidades de políticas
Municipalização da política estadual
Especializado em federação brasileira, o economista Fernando Rezende (*), professor na Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas, da Fundação Getúlio Vargas (Ebape/FGV), explica nesta entrevista que o Brasil não fez o que em outras federações se mostrou fundamental: um regime de tributação federativo baseado no princípio da equalização fiscal, segundo o qual as